terça-feira, 6 de abril de 2010

Cor de Mel.


Entrevista com a Banda Cor de Mel realizada no saguão do aeroporto Internacional do Rio de Janeiro dia 18 de Nov de 2006. Os cantores Robson, Alobend e Márcia Short , integraram a primeira formação da banda Mel e após 13 anos sem tocar juntos, retomaram a esta formação que tanto sucesso fez nos anos 80/90 e agora lançam a nova banda relembrando sucessos antigos e preparando músicas novas.
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1) MICARETANDO: Como e por que surgiu a idéia de mudança de nome da banda que originalmente se chamava Banda Mel?
MÁRCIA: Por questões jurídicas nós não podemos usar a marca Mel então nós pensamos em vários nomes e como há uma cobrança encima do nome “mel” surgiu a idéia do nome Banda Cor de Mel.
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2) MICARETANDO: Como vocês estão vendo esse reencontro desta formação histórica da Banda Mel e de quem partiu esta iniciativa?
ROBSON: A iniciativa foi de um dos nossos sócios,André Galeano,popular Magal mas não é o Sidney Magal,e ele falou com Alobened que nos contactou e é uma oportunidade muito boa por que foi uma formação que funcionou muito bem, nós nunca tivemos problema nenhum, muitos acharam que nós havíamos brigado mas nós nunca brigamos e são três pessoas que tem formas diferentes de trabalhar e funciona muito bem no grupo e nós estamos super felizes de poder estar voltando e com um horizonte imenso a nossa frente que está se abrindo.MÁRCIA: Eu só tenho a dizer que são três almas que já se conheciam e que se reencontraram e cada uma com um estilo diferente e quando junta os três dá uma sonoridade e uma energia muito grande.
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3) MICARETANDO: Como vocês estão vendo nestes 20 anos de axé e as transformações ocorridas no carnaval de Salvador? O que vocês vêem de positivo e de negativo nestas transformações.
ROBSON: Como todo movimento que toma proporções gigantescas começam a aparecer mazelas,mas as mudanças são importantes é necessário que sejam incluídas novas tecnologias, hoje em dia tudo é a base de tecnologia mas desde que não se esqueça a raiz.É como os sertanejos que todos viraram românticos mas não perderam a raiz e acredito que conosco seja assim também.Nós temos vários grupos excelentes e outros que musicalmente não acrescentam em nada.Eu acho tudo isso positivo e estamos passando por um momento bom pois com essa história de 20 anos do axé as pessoas estão resgatando os grupos e a musicalidade de 20 anos atrás que era excepcional e isso abriu um leque para muita gente, vários produtores então imbuídos disso, você vê que o Luiz Caldas voltou ao cenário nacional e ele tem um trabalho excepcional e isso tudo contribui.MÁRCIA: E sem falar o saudosismo que as pessoas tem, nós fizemos o lançamento da nossa volta e nós não tínhamos nem o nome ainda e eu brincava que era o trio MAR (Márcia,Alobened e Robson),e nós fizemos a festa Ploc em Salvador e quando nós começamos a cantar as pessoas na platéia chorando e foi emoção demais e nós mesmos também não agüentamos e caímos também em prantos e entramos no clima da galera e aquela coisa de botar as mãos para cima e fazer as coreografias e relembrar momentos inesquecíveis.A música para pular atrás do trio é muito boa mas o sambareage quando toca é muito legal.
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4) MICARETANDO: De todas as músicas da banda quais as que não podem faltar , aquelas que o público sempre pede?
MÁRCIA: São muitas ,”Prefixo de Verão”, ”Baianidade Nagô”, ”Bateu Saudade”, ”Levada de Romance”, ”Conversa Fiada”, ”Quero fazer amor”, ”Meu gostoso veraneio”, agente tem muito repertório para pouco tempo de show.
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5) MICARETANDO: Quais as novidades que o público pode esperar em relação a músicas novas cCD, e DVD da Banda?
ROBSON: Nós temos o DVD que foi gravado na Ressaca Ploc de Salvador e que nós estamos usando como material de trabalho para a venda de shows e estamos num processo de seleção de músicas para o novo DVD, já temos algumas pré-selecionadas e vamos trazer uma sonoridade nova para o axé e isso agente não pode abrir mas é uma realidade, o diretor musical de Daniela Mercury ta conosco estamos cheios de notícias boas para dar , mas tudo a seu tempo, mas estamos cuidando muito bem do repertório
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6) MICARETANDO: O que vocês estão preparando para o carnaval do próximo ano, já tem algum bloco etc?
ROBSON: Nós já temos um bloco acertado, o Pré-universitário, tem outros dois blocos querendo que agente toque, e provavelmente segunda e terça nós deveremos fazer fora de Salvador e logo vamos divulgar esta agenda para o carnaval.
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7) MICARETANDO: Eu fiz esta pergunta para o Armandinho pois o pai dele foi um dos criadores do trio elétrico e na época eles nem se preocuparam em registrar ou patentear o invento até por que eles queriam apenas levar alegria para o povo fazendo algo menos elitizado e hoje em dia é o contrário , tudo é patenteado tudo é marca é vendido e isso foi uma das coisas que mudou muito neste 20 anos do axé.Qual é a opinião de vocês sobre isso.
ALOBENED: O carnaval se profissionalizou e hoje é uma grande indústria que move milhões de reais todo ano então nada mais justo que ela se organize e que surjam donos para as marcas, acho isso normal. Com o crescimento do negócio e das empresas a tendência é que apareçam donos para tudo.Daqui a pouco vai aparecer o cara que inventou o carnaval.
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8) MICARETANDO: Estamos praticamente no final deste primeiro governo Lula onde tivemos no Ministério da Cultura Gilberto Gil, um baiano que é representante da raça negra,músico,compositor,um artista que foi perseguido durante a ditadura militar, em fim,alguém que parecia ter muita capacidade para tal cargo.Como você avaliaria a atuação de Gil a frente do Ministério da Cultura?Houveram avanços nesta área?
MÁRCIA: Diante de tudo que agente sabe sobre Gil do amor que ele tem pelo Brasil pela arte eu acho que o ministério de Gil não teve dinheiro para fazer o que tinha vontade.Eu quero que você me traga uma ação efetiva do Ministério da Cultura?ALOBENED: Eu não posso dizer nada sobre o Ministro Gil mas sobre o músico e a pessoa eu só posso dar positividade.
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9) MICARETANDO: Eu acho que o Brasil perdeu duas vezes por que nem houve um Ministro efetivo e ao mesmo tempo ele acabou focando sem compor.
MÁRCIA: Eu acredito naquela história que agente anda cai e patê com a cara no chão aprende e derrepente ele continua como Ministro e vem desta vez melhor.

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